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O naturismo moderno surgiu no início do século 20. Na Alemanha, um professor de educação física, Adolf Koch, propôs aos seus alunos a prática de exercícios ao ar livre e sem roupas. Como estes jovens se tornaram mais corados, saudáveis e alegres, seus familiares resolveram aderir à prática. O movimento, que a princípio foi chamado de Nudismo, foi crescendo e recebeu o nome de Freikörperkultur – FKK, que significa Cultura do Corpo Livre (o nome Naturismo só apareceria a partir da década de 50). No ano de 1906, surge nesse mesmo país o primeiro campo oficial nudista: além dos exercícios ao ar livre em completa nudez, havia também uma grande preocupação com a alimentação, que deveria ser saudável, geralmente baseada no vegetarianismo. Na França (especificamente na Ilha do Levante), em 1926, foi criada pelos irmãos Duvalier uma "Clínica Helioterapêutica" onde se pregava que a nudez ao ar livre, aliada a uma alimentação natural e contato com outras pessoas, ajudava na cura de todos os males físicos.

Após a segunda guerra mundial, o naturismo começou a se difundir, não só na Europa, mas também nos Estados Unidos e outros países, ganhando adeptos por todo o mundo. Em 1953, na França, foi fundada a Federação Internacional de Naturismo – INF com o intuito de defender os interesses dos que praticam essa filosofia de vida. Em 1974 a INF definiu os princípios naturistas, que é a definição atual de Naturismo adotada por todas as entidades naturistas do mundo:

“Um modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática da nudez social, com a intenção de estimular o auto respeito, o respeito pelo próximo e o cuidado com o ambiente”.

 

 

​​História do Naturismo

O Naturismo no Mundo

A nudez faz parte da história da humanidade e, desde as mais remotas eras, foi tratada com naturalidade, estando presente em inúmeros registros históricos. Relatos bíblicos do livro do Gênesis afirmam que Adão e Eva “viviam no paraíso e ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam”. Na Grécia antiga era comum a prática de esportes sem nenhuma vestimenta. No Império Romano, do século II até o final do IV, homens e mulheres, de todas as classes sociais, banhavam-se juntos e totalmente nus nas termas públicas. Ao longo dos séculos, a nudez continuou sendo registrada por historiadores e artistas - durante o Renascimento era comum a representação de corpos nus em pinturas, esculturas e até nos afrescos de igrejas. Há relatos de práticas nudistas até o século XVI, quando, por imposição de diferentes religiões cristãs, a nudez passou a ser relacionada à malícia e perversão, e acabou sendo banida da sociedade. Assim, o sentido de pudor em relação à nudez que a nossa sociedade mantém hoje é uma herança que as religiões da idade média nos deixaram.

O Naturismo no Brasil

No Brasil, a ideia de viver sem roupa é bem mais antiga do que se imagina, pois, antes do descobrimento, o país era habitado por índios que andavam nus e não se envergonhavam dos seus corpos, além de conviver em harmonia com a natureza. Isso até 1500, quando chegaram os portugueses: os colonizadores e a igreja não respeitaram o modo de vida, a cultura e o idioma indígenas. Iniciou-se o processo de “civilização” dos indígenas, que durou até 1945, acabando por descaracterizar e influenciar a herança cultural dos brasileiros.

Com o final da segunda guerra mundial, uma onda de liberdade cobriu todo o mundo. O espírito da democracia no Brasil fez com que surgissem vários novos partidos políticos, e Dora Vivacqua, uma bailarina conhecida por seu nome artístico Luz del Fuego, criou em 1949 o Partido Naturalista Brasileiro. Cinco anos depois, em 20 de novembro de 1954 (apenas um ano depois que a INF foi organizada), Luz del Fuego criou no Rio de Janeiro o Clube Naturista Brasileiro, mais conhecido como Ilha do Sol, onde a nudez era obrigatória, e eram realizadas atividades saudáveis como caminhadas, natação e banhos de sol. O local chegou a ser visitado por celebridades nacionais e internacionais. Os princípios básicos do Partido e do Clube eram: "estimular a pratica do naturismo, sob rígidos princípios morais e de higiene". A INF reconheceu oficialmente o grupo naturista brasileiro em 1965, quando publicou no seu Guia Anual uma nota sobre a "Fraternidade Naturista Internacional do Brasil” (FNIB), primeiro nome da Federação Brasileira de Naturismo.

Em 1964 os militares tomaram à força o poder. Todos os partidos políticos foram considerados ilegais e as reuniões públicas eram controladas pelo governo.  Com a dura repressão da ditadura militar e a morte de Luz del Fuego

em 1967 (assassinada em condições até hoje não esclarecidas), o movimento naturista foi perdendo a sua força. Na década de 70 alguns grupos se reuniam em Abricó (Rio de Janeiro-RJ), Olho de Boi (Armação dos Búzios-RJ) e praia de Ubatuba (Ubatuba-SP), mas sempre sem fazer alarme disto, para não chamar atenção.

No início da década de 1980 a ditadura dava sinais de que estava se dissolvendo e a democracia começou a tomar forças novamente. Foi aí que um grupo em Santa Catarina, na cidade de Camboriú, começou a tomar banho sem roupas numa praia deserta e estranha chamada "Praia do Pinho". Em 1984, a Revista Manchete, a maior revista semanal do Brasil à época, apresentou uma reportagem da então desconhecida Praia do Pinho. A filosofia naturista recebeu grande destaque da mídia e tornou-se conhecida por milhares de brasileiros. Em 1988 foi fundada a Federação Brasileira de Naturismo – FBrN, que hoje possui mais de 30 entidades afiliadas, entre elas o nosso grupo Naturistas do Centro Oeste Paulista – NatCOP.

 

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/

http://praiadopinho.com.br/pt/

 

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